Prosperidade da fé ou fé da prosperidade?

Lendo um livro de um evangelista bem conhecido no meio cristão, pude constatar o quanto a mensagem do evangelho mudou de uns anos pra cá. O livro em comento data de 1994.

A mensagem trazia palavras de consolo e renovo aos leitores, advertindo-os, ainda, sobre o reflexo que a fé, fatalmente traria sobre os seus bens materiais. Quem trabalha para a obra de Deus, tem que aflorar dentro de si, sentimentos muitas vezes contrapostos aos do capitalismo voraz, tais como ambição ao dinheiro, desapego aos bens materiais, misericórdia, generosidade, compaixão, dentre outros.

Não tenho nada contra quem é rico, que fique bem claro! Mesmo porque, o conceito traz em si mesmo, certo grau de subjetividade. Há ricos e ricos, se é que me entendem!
“Melhor é um bocado seco e tranqüilidade do que a casa farta de carnes e contendas.” (Prov. 17:1).

O perigoso é relacionar fé com riqueza material, ou ainda, benção com fartura financeira. Será que os elementos destacados estão, de fato, intimamente ligados entre si?

É exatamente isso que se tem pregado nos púlpitos de muitas igrejas. Sinceramente, eu não me lembro de Cristo ter pregado essa mensagem. Ao contrário, me vem à memória algumas passagens, tais como “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome sua cruz e siga-me” (Mar. 8:34); “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (Jo. 16:33). “De que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”(Mat.16:26)

Ora, o próprio Senhor, nasceu simples, pobre numa manjedoura. Não tinha, sequer, onde reclinar a cabeça. Passou sua vida assim, humilde, em meio aos doentes, carentes de toda sorte de necessidades.

Dinheiro não é ruim, contudo, nas palavras de Paulo, “o amor ao mesmo é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (I Tim. 6:10).

Como o mesmo escritor disse, “nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (I Tim.6:7-8).

Eu fico com a prosperidade da fé. E você?

Pense nisso!

Thales Mesquita.